Caras amigas, colegas de reflexões absurdas, pai e mãe:
Senti-me hoje, especialmente inspirado para escrever sobre
um tema que muita tinta tem feito correr por esse Mundo fora. Fala-vos, obviamente,
do Racismo.
Mas, e porque é importante enquadrarmos esta questão em
termos históricos, a malta de raça “branca” sempre teve a indelicadeza de
perturbar a raça “negra”, com a desculpa que precisavam de alguém que
trabalhasse por eles, já que não queriam fazer nada.
Os tempos evoluíram e a questão racial evoluiu igualmente de
uma forma positiva.
Exemplo disso é o facto de as transmissões televisivas antes
serem a preto e branco e agora são de todas as cores.
Hoje em dia, a raça “branca” continua com enorme vontade de
nada fazer, e na impossibilidade de escravizar um ou dois “amigos negros”, inventou
o Facebook, que serve muito bem o propósito do “dolce fare niente” mas, ironia
do destino, faz dos seus utilizadores, os verdadeiros escravos do Século XXI.
Curioso também é o facto os primeiros electrodomésticos do
Mundo serem todos de cor branca. Como que a dizer:
“Estão a ver,
escravos?! Os brancos também trabalham! E ainda em piores condições que vocês! Nem
ordenado recebem!”
O Racismo, por si só, é uma temática que enquanto não
estiver “preto no branco” (juro que não é racismo), é sempre alvo de múltiplas
e possíveis interpretações.
É realmente difícil distinguir o que é uma afirmação racista
de outra perfeitamente inofensiva.
Ora vejamos…. Se um “branco”, chamar um “branco” de “branco”
é maluco ou gago. Se chamar um “preto” de “preto” é racista. Se chamar um “preto”
de “negro” é “bem-formado”.
Se um preto chamar um “preto” de “preto” são irmãos para
toda a vida. Se um “preto” chamar um “preto” de “negro”, a comunidade pede
testes de ADN na esperança que o Michael Jackson tenha deixado um herdeiro mais.
Se um “preto” chamar um “branco” é para lhe perguntar as horas e para lhe "gamar" o relógio.
Isto, é claramente um sinal de que a população em geral tem à partida ideias racistas ainda antes de alguém abrir a boca.
Os adultos de hoje, que foram os jovens de “ontem”, época onde se começou a falar desta temática como flagelo social, adoptam hoje um discurso mas consentâneo com o Séc. XXI.
“Eu não sou racista mas se a minha filha me aparece aqui com
um “preto”, faço-lhe a vida negra…”
Lá está, têm capacidade de não serem racistas e ao mesmo
tempo quererem o “melhor” para as filhas… e ainda completam a frase com um
toque de humor, tão característico da “Geração Gato Fedorento”.
Podia continuar a desenvolver este tema de variadíssimas
formas, mas o avançar da hora não me permite. Amanhã, não quero ter um dia
negro. ” (juro que não é racismo).
Despeço-me com uma expressão que me deixa dúvidas:
Dar um “tiro no escuro” pode ser considerado uma
manifestação racista?
Bem-hajam